A caminho de casa, dirigindo meu carro, parafraseei as palavras dita a Moisés, no filme Os Dez Mandamentos, por sua mãe, ao recebê-lo no palácio real depois de tempos ausente:  “O último que procurei e o primeiro que encontrei”. (Frase original:  “O primeiro rosto que procurei e o último que encontrei”)

No meu caso, “eternamenteviva.com” foi o primeiro livro que encontrei em qualidade de estilo de redação, estrutura, estética estilística e, sobretudo, em competência do autor para demonstrar o que eu procurava para minha aula: a complementaridade entre a poesia e prosa!

Confesso que não conhecia o autor Luiz Valle, tampouco estava familiarizado com sua obra. No entanto, ao iniciar a leitura de seu livro, fui profundamente surpreendido pela riqueza e complexidade de sua narrativa singular.

A história, mesclada de prosa e poesia, revela o cotidiano de Clarisse, uma estudante cuja vida se transforma em um enorme turbilhão, provocado por um hacker e voyeur que invade seu computador, seu celular, seu cérebro, seus sentimentos, sua memória, sua história, seu futuro e, por fim, sua identidade.

O que mais me impressionou foi a maneira como Valle aborda temas contemporâneos com sensibilidade e profundidade. Questões como invasão de privacidade, redes sociais, crimes cibernéticos e a busca pela identidade são exploradas de forma magistral, proporcionando aos leitores uma reflexão instigante sobre a condição humana na era digital.

Além disso, a interatividade entre autor, personagem e leitor é um elemento que se destaca nessa obra. Ao acompanhar a história de Clarisse, somos convidados a refletir sobre nosso próprio papel na construção do significado literário, o que torna a experiência de leitura ainda mais envolvente e participativa.